Mais um quadro novo? Exatamente. Corre aqui que hoje revelarei verdades sobre o ícone do thriller psicológico de 2018. Prestes a virar filme, estrelado pela talentosíssima Amy Adams (assistam A chegada), a obra de A. J. Finn será desvendada aqui e agora, por esse post. Vem ver essa teoria da conspiração sobre A mulher na janela, que nasceu numa conversa descontraída com a Cida do IG @trajetorialiteraria. Bora.
Para tudo. Você não conhece a premissa de A mulher na janela? Então, vamos lá. Anna Fox, uma psicóloga sofreu um grande trauma no último ano e como consequencia adquiriu agorafobia, a fobia de sair de casa. Enclausurada e alcóolica, Anna mistura remédios e bebida, passa os dias com seu gato, registrando da sua máquina fotográfica a vida de seus vizinhos pelas janelas da sua pequena mansão. Aos poucos o leitor vai catando as pistas e descobrindo o que aconteceu com a mulher e qual é o seu trauma. Mas eis que o finalzinho do livro esconde um plot twist, que pessoalmente, não me agradou nada, e por isso que me agarrei a essa teoria da conspiração, quando a conheci, em uma reunião de leitoras no shopping da minha cidade. E cá estou eu para repassar essa história da história, com detalhes. Não sei se essa teoria já foi explorada por outra pessoa, se foi, bem, parece que mais de uma pessoa pode pensar a mesma coisa ao mesmo tempo em lugares diferentes falow.
A PARTIR DAQUI ESTE POST TEM SPOILER. NÃO QUER SPOILER? CAI FORA.
Se você não desistiu de A mulher na janela na metade do livro, sabe que no final descobrimos que Ethan, um adolescente com sérios problemas psicológicos que se mostra um stalker e assassino. O que não faz o menor sentido, mas ok.
No ápice do da última cena, Anna briga com Ethan feito uma ninja louca, bebada e cheia de antidepressivo na cara, o mais impressionante, no final ela dá uma surra no garoto e o mata. O que para mim extrapolou o limite do bom senso, mas ok.
Quando a briga acaba e um novo dia nasce, tudo está normal como se nada tivesse acontecido, opa, peraí. Como se nada tivesse acontecido? Mas e se não tiver acontecido mesmo?
É aí que começa a teoria da conspiração. Cansada da mesmice de dentro da sua casa, completamente chapada e solta para conectar-se consigo mesma e dar assas a sua criatividade inata, Anna inventa toda a história que se passa dentro da narrativa.
Não há nenhum motivo para condenar Anna. Ela sofreu um trauma e está sendo oprimida por seu psicológico, mas continua sendo uma grande mulher criativa, dentro de si há uma consciência que luta pra ficar de pé, pra continuar e como vemos várias vezes, ela quer sair de casa. Ela tem vontade de se libertar.
Não dá pra saber muito bem em que momentos ela está fora da "histórinha" que Anna inventou para si mesma, ou se algum momento ela consegue se livrar de vez dessa ilusão. Mas o que acontece é que a vida normal dela é bem parada. Ela assiste filmes antigos, recebe a fisioterapeuta e o psicólogo. Mas logo está sozinha de novo e a única coisa que pode tira-la dessa zona de mesmice é a nova família de vizinhos.
A narrativa começa aí, com a nova família, que tem hábitos estranhos e uma intrusa bem inesperada. Essa é a família que ela perdeu e que agora Anna pode contemplar da sua janela. Assim como a família dela, os vizinhos tem histórico de traíção e uma morte que chacoalha a vida não só deles, como a de Anna também.
Além disso, a postura dos dois policiais tão clichês faz completo sentido, já que Anna está acostumada com essas mesmas posturas nos seus filmes de suspense antigo que ela tanto assiste e reassiste. E mais ainda, o plot twist que aparece sem ninguém esperar, do garoto stalker e sereal killer.
O fato de que Anna vai do céu ao inferno e no final ela simplesmente dá de ombros para tudo que aconteceu e vai fazer fisioterapia como se nada tivesse acontecido, mostra que nada aconteceu mesmo.
O livro é cheio de detalhes, e esse post é bem resumido para não ficar chato e extenso. Mas a discussão não acaba, tem muito mais coisa para se falar, para se questionar. Claro que eu tenho que enfatizar que essa ideia não é minha e que é apenas uma brincadeira, uma maneira de viajar na batatinha com o conteúdo de um livro tão rico e cheio de meandros.
Então, bora lá. Você tem alguma teoria da conspiração sobre algum livro mega famoso? Vem contar para mim, a gente discute e eu faço um post todo especial aqui.
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